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Teatro da USP estimula a experimentação teatral em ação de extensão universitária

Teatro da USP estimula a experimentação teatral em ação de extensão universitária

Comunicação - PRCEU - 01/11/2016

O TUSP traz para a cena paulistana o Núcleo TUSP de Teatro que proporciona a montagem de um experimento cênico. A iniciativa seleciona anualmente pelo menos dez atores de diversas localidades e experiências para um espaço de laboratório.

Por Elcio Silva
01/11/2016 16h15

O Teatro da USP – TUSP iniciou na capital paulista em 2015 o Núcleo TUSP de Teatro, que traz para atores de diversas localidades a oportunidade de realizar um experimento de montagem cênica ao longo do período de um ano. A ação, que está na segunda edição, resultou na montagem de Outro K, baseado no texto O Processo, de Kafka, no ano passado e neste ano, com duas turmas em andamento, escolheu Henrik Ibsen e Bertolt Brecht para as futuras montagens.

Diferente de um curso convencional a iniciativa não tem a pretensão de ensinar ao ator a prática de cena e muito menos ser um corpo teatral estável com um vínculo profissional entre as partes, mas sim estreitar os laços com a comunidade cumprindo uma função de extensão universitária e de pertencimento do espaço público.

A grande São Paulo oferece inúmeras possibilidades para a prática teatral em cursos profissionalizantes, workshops e oficinas em escolas particulares e públicas. O Núcleo TUSP na capital foi desenhado de forma que não se tornasse algo redundante nesse contexto e que não fosse confundido com um grupo teatral.

Outro K - Teatro da USP estimula a experimentação teatral em ação de extensão universitária. Foto: Lívia Simardi.

Outro K, primeira montagem do Núcleo TUSP de São Paulo, é baseada no texto O Processo, de Franz Kafka. Foto: Lívia Simardi.

Para René Piazentin, orientador de arte dramática do TUSP e coordenador do Núcleo TUSP, a ação representa algo híbrido entre um teatro comercial e um teatro de grupo.

“A vantagem do núcleo é de ser uma ação que não tem as pressões que se teria dentro de um circuito profissional e do outro lado tem a questão de grupo, pois apesar de não ser um coletivo teatral nós conseguimos criar um ambiente de trabalho que tem gerado um engajamento muito grande e isso tem possibilitado que as pessoas se interessem por outras ações além do trabalho de cena, como assistência de direção, figurino, iluminação, operação de luz, direção musical. É um espaço onde criamos aberturas para esses interesses e essas competências, tanto de quem já tem experiência em determinada área, quanto para quem quer experimentar”, explica.

A atriz mineira Renata Alves, que faz parte do Núcleo desde o início, fala sobre a extensão universitária que a ação do Teatro da USP proporciona:

“Só de chegar aqui e ver que tem outros atores de formação que não são da USP a gente vê que está alcançando mais gente do que se esperava. Antes de estar aqui dentro eu só enxergava o TUSP como um espaço para assistir peça. Agora eu encontro pessoas que tiveram outras formações, pessoas de cidades diferentes inclusive, e vejo que está alcançando além dos muros realmente. Para eu estar aqui dentro é muito estranho, pois eu nunca tinha visto isso aqui como um órgão que eu pudesse estar, porque para mim parecia uma coisa muito fechada e hoje não parece mais” revela.

O papel da extensão

Em 2015 o TUSP recebeu 60 inscritos e em 2016, 70 pessoas participaram do processo de seleção do Núcleo TUSP. Em 2017 a ideia é dar continuidade a ação com novos experimentos. Normalmente a abertura de inscrições ocorre em fevereiro e março no site www.usp.br/tusp.

Para Piazentin a experiência tem sido surpreendente.

“Foi surpreendente a qualidade dessas pessoas interessadas, tanto do ponto de vista técnico, de formação, quanto do ponto de vista humano. Gente que você vê aberta, interessada, querendo troca, querendo conhecer outras pessoas, ter contato com outros modos de produção dentro do teatro”, exalta.

Para o coordenador do trabalho existe realmente uma via de mão dupla.

“Do ponto de vista da extensão essa ação consegue um engajamento dos envolvidos, as pessoas investem para aquilo dar certo. Eu sinto que todos tentam dar o melhor. Às vezes você oferece um curso, um workshop focado em uma técnica específica e as pessoas buscam extrair algo para si, isso acaba sendo uma via de mão única. O que fico feliz nesse espaço de experimento de montagem é que ao mesmo tempo que as pessoas estão extraindo algo positivo, elas também estão se doando muito. Estou tentando dar o meu melhor, mas conheço um colega que traz uma referencia de trabalho, de técnica e de repertório que é diferente do que eu tinha e esse jogo vai acontecendo (entre os participantes) ao mesmo tempo”, completa Piazentin.

Neste ano o TUSP apresenta partir de a 25 de novembro as peças O Pequeno Eyolf, de Henrik Ibsen, às sextas e sábados, 21h e aos domingos, 19h, e Mahagonny, de Bertolt Brecht, às quartas e quintas, 20h30.

O Núcleo TUSP de teatro também acontece no interior do estado em um formato diferente da capital. As cidades de Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos oferecem nos campi da USP, sob a coordenação dos orientadores de arte dramática do TUSP, os Núcleos de Experiência e Apreciação Teatral que preenchem uma lacuna no que diz respeito às alternativas da prática teatral nas cidades envolvidas e nos campi.

Serviço
Núcleo TUSP São Paulo
Espetáculos

O PEQUENO EYOLF
de Henrik Ibsen

Direção René Piazentin Assistência de Direção Daniele Aoki Elenco Anita Prades, Débora Tieppo, Leandro Galor, Marcelo Bosso, Renata Alves e Stefani Mota

Sinopse
O casal Alfred e Rita enfrenta a dor da morte do filho Eyolf, ao mesmo tempo em que Asta – tia do menino – traz revelações que colocam à prova o destino da família. Um dos últimos textos de Ibsen, O Pequeno Eyolf é uma reflexão sobre a perda, a morte e a responsabilidade humana.

Duração | 90 minutos
Classificação | 12 anos

Onde| Teatro da USP
Rua Maria Antonia, 294 – Consolação – São Paulo.
Quando | De 25 de novembro a 18 de dezembro (dia 10/12 não haverá espetáculo)
Sextas e sábados, 21h e Domingos, 19h.
Lotação | 98 lugares (teatro)
Ingressos | R$ 10,00 / R$ 5,00
A bilheteria abre duas horas antes para a venda de ingressos.

MAHAGONNY
de Bertolt Brecht, a partir de “Ascensão e queda da cidade de Mahagonny”

Direção René Piazentin Assistência Daniele Aoki e Renata Alves Direção Musical Dimitri Luppi e Lucas D´Alessandro Elenco Anita Prades, Ariel Rodrigues, Bárbara Santos, David Nery, Dimitri Luppi, Fernanda Paixão, Júlia Mariano, Lucas D´Alessandro, Marcos Valentim e Maurício Mascarenhas

Sinopse
O lema da cidade de Mahagonny é: “tudo é permitido”. Entretanto, este paraíso de excessos esconde uma arapuca, onde a crítica brechtiana à sociedade de consumo vai se tornando cada vez mais evidente.

Duração | 70 minutos
Classificação | 12 anos

Onde| Teatro da USP
Rua Maria Antonia, 294 – Consolação – São Paulo.
Quando | De 30 de novembro a 15 de dezembro
Quartas e quintas, 20h30.
Lotação | 40 lugares (sala experimental)
Ingressos gratuitos
A bilheteria abre uma hora antes para a distribuição de ingressos.

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