
Tríptico Trevas
O trabalho “Tríptico Trevas” é um conjunto em tríptico de pinturas em tinta acrílica e serigráfica sobre cartazes publicitários apropriados. Partindo da música “Trevas”, de Jards Macalé, e da ilustração do single, de Kiko Dinucci, o trabalho quer colocar as questões presentes tanto na letra da canção e seu arranjo, quanto no material visual, em jogo no território pictórico. A vontade primeira deste trabalho é discutir e experimentar quais elementos da música e da ilustração emergem, são velados e/ou transformados quando traduzidos para o lugar de pintura. Quer-se assumir aqui, então, a pintura enquanto um espaço de encontro e transformação de imagens; onde seus sentidos primeiros são suspensos e reconfigurados. Por exemplo, como que a letra da canção, enquanto forma-palavra, se mostra como imagem – isto é, fora de uma leitura enquanto símbolo carregado de sentido direto, levantando mais ambiguidades?
Um lugar . A espera
Óleo sobre tela | Políptico | 11 painéis de tamanhos diversos | 102 x 432,5 cm
Um lugar . A espera é um políptico de grande formato construído pela justaposição de painéis de tamanhos diversos. Essa grande pintura a óleo toma como referência fotografias de sites na internet com anúncios de locação e venda de imóveis na cidade de São Paulo. A pintura registra os espaços de uma possível casa imaginária pintada pelo artista a partir de fotografias que vem acumulando nos últimos anos. No processo pictórico, o artista cria continuidades entre espaços reais apartados no tecido da cidade, colocando, por exemplo, uma vista de uma porta da área de serviço na Bela Vista lado a lado do registro de um quarto na Aclimação.
O projeto final prevê 50 metros quadrados de pintura, área total que faz referência ao tamanho do espaço de trabalho atual do artista.
Atrás do que se esconde
Manta estampada com gravura em metal e estofada e estruturada, 150 x 200x 12 cm.
Sala e sala em 16 páginas
Instalação composta por dois objetos: uma pintura em tela fixada sobre a parede e um livro disposto sobre uma prateleira ao lado. Cada folha do livro-objeto é um fragmento do recorte, em 16 pedaços, de uma outra pintura que foi realizada simultaneamente à exposta ao lado, com a ideia de que ambas fossem o mais similares o possível. Assim, a “mesma” pintura pode ser vista integralmente e em 16 páginas. Ao folhear o livro, o observador percorre pormenores antes despercebidos na pintura integral. A fragmentação da obra permite uma experiência de percepções detidas e inéditas do espaço de maneira similar àquela vivenciada durante os tempos pandêmicos de isolamento social, em que os longos períodos de permanência em uma mesma habitação incitaram novos olhares sobre o espaço de moradia.
Série § 1 (As pessoas se cansam; A insegurança de estar seguro; Enlutar é preciso; Falso-rondó da miséria; § 1)
A série § 1 é inspirada por um poema homônimo de Bertold Brecht, escrito em Berlim entre 1924 e 1933. Nela são apresentadas pinturas que representam cenas infelizmente comuns do cotidiano da classe trabalhadora no Brasil pós-pandêmico: violência policial, manifestações de rua e trabalhadores sem garantias de seus direitos previstos pela lei. A monocromia em tons de azul sugere um estado de suspensão e melancolia, contrastando com as imagens de abuso da força policial e miséria retratadas. Este choque busca comentar através da forma o sentimento geral de desesperança da população com mudanças sociais profundas, ao mesmo tempo em que denuncia a naturalização da truculência e da exploração desumanizante dos mais pobres.
Amuleto
Uma pintura a óleo em uma tela de 60cm de altura por 40cm de largura. No canto inferior, levemente à esquerda, um pedaço de madeira de 9cm de altura por 6,5cm de largura está parafusado na tela e sua face frontal também está pintada.
Na tela, a pintura figura uma pessoa negra, de cabelo curto e escuro e rosto indiscernível virada de costas. Ela é visível a partir da metade das costas e não apresenta vestimentas. Ela está inserida num fundo de cores dessaturadas quentes e frias, que variam entre maior e menor distinção uma das outras. O contorno da pessoa por vezes se dissolve ligeiramente no fundo e por outras, esse encontro forma uma linha dura e sem transição.
O pedaço de madeira está inserido um tanto à esquerda do centro das costas da pessoa e abriga uma pintura da Estátua de Borba Gato em chamas.
Antes de Ir – Ensaio
Fotografias coloridas impressas em jato de tinta sob papel, série parte do trabalho em andamento “Antes de Ir”.
A Tola; A Rota; A Paisagem
As “A Tola”, “A Rota” e “A Paisagem” compõe uma série de três obras advindas de um exercício de relacionar a materialidade de cianotipias com a de seus negativos, materiais tão distintos em textura, cor e opacidade.
O negativo possibilita que a imagem seja revelada no processo fotográfico do cianótipo, ele cria seus contrastes e delimitações, porém, quando colocado por cima da fotografia pronta, ele altera toda visualidade daquilo que possibilitou, os contrastes se perdem, as linhas se tornam mais sutis, a aparência do processo histórico se perde.
A Vida Secreta das Luzes
O que fazem as luzes vindas da janela de um quarto escuro à noite quando não há ninguém olhando? A animação 3D “A Vida Secreta das Luzes” é a primeira de uma série de curtas em andamento que buscam, cada um a sua maneira, responder a essa pergunta. A escolha pela técnica da computação gráfica é devido à capacidade dessa de, como afirmou Nick Lambert, simular o “fisicamente impossível, mas matematicamente viável”, possibilitando, assim, uma maior exploração das danças luminosas da luz noturna.
Desvio de paisagem I & II
As obras fazem parte da série “Paisagem em desvio”, de 2022, conjunto de pinturas que procuram um atalho escondido entre fenômenos identificáveis e atmosferas oníricas em que não há um tempo definido ou hora do dia. Contrapostos elementos arquitetônicos e campos coloridos, o estado das coisas se confunde entre construção e estagnação, presença e rastro.
Tratando a paisagem como algo dinâmico e corrente, a série busca expandir o alcance dinamizando os tamanhos, intersecções e cores. Em um sinuoso limiar compositivo entre harmonia e confusão, a natureza e a cidade estão retratadas como elementos inseparáveis e complementares. A partir da repetição de cores e formas cria-se um universo comum, manifesto em todas as obras.
Entre Fluxos, 06 & Entre Fluxos, 09
Paisagens impermanentes, moldadas e atravessadas por estradas. Vistas que diante dos fluxos contemporâneos se transformam constantemente por deslocamentos. Materialidades pulverizadas e nebulosas que evidenciam incertezas daquilo que não se define.
Fantastic Creatura
A obra faz parte de um conjunto de pinturas e colagens criadas a partir de materiais reciclados, desde os papéis enquanto suporte quanto os que conferem a cromaticidade aos trabalhos. Quanto aos suportes, de papel de algodão em sua maioria, são reaproveitamentos ou transformações de exercícios em aquarela, realizados anteriormente. Em relação às imagens contidas nos trabalhos, suas cores e texturas, estas foram criadas a partir de papéis, sempre rasgados, extraídos de revistas antigas que seriam descartadas. De certa maneira, reaproveitar e ressignificar materiais ready-made – que seriam normalmente descartados – é uma das principais motivações dessa série de pinturas e colagens.
Flecha Mandingueira; A experiência cruspiana
Flecha Mandingueira faz parte de um conjunto de obras que tratam da dimensão do transe, estado alterado de consciência, somada à vivência da transição de gênero em experiências diversas múltiplas, como: dançar, amar e ser amade, sonhar, agir, poder circular na cidade nas ruas, poder exercer e manifestar sua expressividade espiritualidade cura festividade, viver. dignamente, viver. A experiência cruspiana faz parte de um conjunto de duas obras que friccionam, justamente, a dúvida as tensões. Habitar, sozinhe ou acompanhade, é sempre uma experiência coletiva. Quem pode o poder? Ambas as pinturas fazem parte da série TRANS.E 3.
Frase
É uma escultura com três elementos feitos em madeira com pintura em acrílico. São carácteres duma escrita desconhecida.
Inferno; Sem título
Pinturas em óleo sobre tela em tamanho grande, desenvolvidas ao longo de 2021.
Laguna-imagem-documento: ipuã, sambaqui & SC-100
Laguna-imagem-documento é uma investigação visual da cidade de Laguna (SC) procurando revelar os diferentes estratos temporais que a compõem. Consiste em um ensaio fotográfico baseado na técnica da fotografia pinhole e inspirado pela concepção de cidade-documento.
Tal noção foi usada pioneiramente pelo IPHAN no processo de demarcação da poligonal de tombamento do centro histórico de Laguna no final dos anos 1970. Ela compreende a totalidade do espaço urbano como sedimentação paulatina da atividade humana, valorizando como patrimônio não apenas as relíquias coloniais até então consagradas pelo princípio da “cidade-monumento”.
A visão de conjunto e a sensibilidade para a duração histórica, duas sutilezas instruídas por essa noção, definiram a construção das imagens deste ensaio, ao optarmos pelo uso do formato panorâmico e pelo longo tempo de exposição da pinhole.
Manifestos de um CorpoÁgua; Cartografias de uma extinção anunciada: #carta01 & #carta02; Jaguari e tudo aquilo que permanece submerso
O conjunto de obras inscritos, ainda que cada uma tenha sua independência e particularidade, configura um mergulho poético produzido pela pesquisa de mestrado “CorpoÁgua ou estratégias para o nascimento de um rio”. Como parte do processo, ao olhar para as imagens de satélites feitas pelo Google Earth, procurei pelos rastros de destruição de rios. Ainda que de sobrevoo, mas imagens distanciadas me colocam em estado de suspensão em relação ao horror dos tantos crimes ambientais e suas consequências. Mesmo que não haja dúvida sobre o que estamos fazendo com a nossa própria casa-mundo, trago para a arte um certo mundo-tempo de angústias que nos acometem silenciosamente para então transformá-las em imagens-manifestos. Em gesto a conta-gotas ou ponto a ponto permaneço nesta encruzilhada do que a arte pode contribuir para a luta para adiar o nosso próprio fim.
O exército retro neoliberal e a estética de dominação colonial
O desenho faz parte de um conjunto de obras que tem por objetivo suscitar a discussão sobre o momento histórico do qual passa o Brasil, em que surge o discurso político obscuro e autoritário, e se vive suas consequências.
OFÍCIO Nº 1, 2, 3, 4, 5 e 6
Políptico
Gravura em metal a água tinta
6 estampas
50x60cm cada
2022
Retrato realista da Amazônia
Um retrato vivo, em chamas, em socorro. Graziele, uma criança Awá… Precisamos repensar nossas atitudes.
Ser Tão: Janela & Portas 1
A série reflete sobre uma experiência atávica de retorno ao sertão daqueles que migraram para São Paulo – movimento comum entre sertanejos de gerações recentes. As fotografias retratam diferentes ângulos da saída do sertão paraibano, na casa onde minha mãe nasceu. A perspectiva de dentro da casa mira o brilho ofuscante do que existe fora. Na segunda foto (Portas), a perspectiva desde fora retorna o lugar para a casa que será abandonada, bem como o jogo de portais que o olhar prenuncia.
Topografias corporais
O vídeo de 5’23” explora um corpo em movimento, o ato desse corpo de desenhar linhas topográficas sobre sua superfície e as paisagens construídas a partir disso.
Uma grotesca catarse I; Uma grotesca catarse II; Uma grotesca catarse III; Uma grotesca catarse IV
“Uma grotesca catarse”, trata-se de uma série de litogravuras feitas a partir de transferência de desenhos em nanquim e pena de bambu, onde tento me libertar da estética fofa e agradável do meu trabalho de design e ilustração, desenvolvido nos últimos anos, a partir do desdobramento de uma materialidade grotesca e repulsiva. Os 4 desenhos em gravura, possuem uma narrativa de falecimento e renovação, elementos que tem marcado essa nova fase de faculdade pós-pandemia.
Uma série de degraus
O ensaio fotográfico “Uma série de degraus” propõe uma representação da escada não apenas como um elemento de passagem que conduz a lugares com diferença de nível. As fotografais que compõem esta série foram realizadas na escadaria do Theatro Municipal de São Paulo e nas escadarias do Parque da Independência. Escada é lugar de brincar, mas não somente, é também lugar de descanso.