
Mais uma vez, a qualidade técnica e a diversidade estilística foram as marcas do Programa Nascente na área de Música Popular no ano de 2019. Os jurados tiveram dificuldade para escolher os finalistas que se apresentariam ao vivo entre os muitos trabalhos inscritos, divididos nas categorias de composição, interpretação, arranjo e performance vocal. Não é nada simples julgar produções artísticas e escolher entre categorias tão diferentes. Como, por exemplo, comparar um arranjo com uma composição? Que critérios utilizar? A dificuldade de julgar também está ligada a um desejo dos membros do júri de premiar todos os trabalhos submetidos. Talvez fosse o caso de, no futuro, pensar num formato de mostra em que todos recebem algum incentivo para continuar suas pesquisas e produções, e não mais no formato, muitas vezes desgastado, de um concurso com premiações em que é tão difícil estabelecer critérios.
Ficou claro para os membros do júri que, na preparação dos trabalhos, todos os autores se valem dos mesmos recursos: motivações iniciais, levantamento de materiais, experimentação, elaboração, formalização, revisão, gravação, ensaios etc. E tudo tem a ver com as relações dos artistas com o contexto (pessoal, social, cultural, político, de gênero, etc.). Os artistas elaboram propostas que têm a ver com suas vivências e interpretações destas relações. A intenção é afetar o público. E estes afetos são produzidos de formas singulares.
O júri ficou bem impressionado com a qualidade técnica da maioria dos trabalhos que se destacaram por serem bem escritos, arranjados e tocados. Vale ainda mencionar a originalidade de algumas propostas que se colocaram de forma simples e direta, mas com muita autenticidade. Há que se destacar também um aspecto muito importante: foram muitos os trabalhos elaborados e apresentados de forma coletiva e colaborativa.
Que a USP continue de forma consistente, incentivando a criatividade e a produção artística, tanto de alunos como de funcionários e professores. Isto é fundamental no atual momento político em que artistas, pesquisadores e intelectuais são continuamente questionados e pressionados pelos poderes constituídos com relação à relevância social de suas atividades
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes (ECA)
Curso: Música
Subcategoria: Arranjo
O arranjo une dois temas contrastantes de Lia de Itamaracá. Fundindo elementos das músicas popular e de câmara, propõe um novo tratamento instrumental da ciranda, enquanto preserva o caráter onírico da manifestação popular e das canções originais.
Unidade de ensino: Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
Curso: Música
Subcategoria: Composição
Oração é uma composição autoral que integra meu álbum lançando fim do ano passado intitulado Corrente.
Embora não tenho letra e seja portanto instrumental, a voz é quem faz a melodia. Por essa característica e outras tais como, o formato e o tipo de melodia, é uma música que, de certa forma, mistura os gêneros da canção e do instrumental, dentro da música popular.
Com influências mineiras na sonoridade da música (entende-se por sonoridade a resultante de elementos composicionais, tais como, harmonia, melodia, ritmo), foi inspirada no Congado mineiro, manifestação cultural característica do estado, de origem africana. Dentro dos ritmos que compõe o Congado, foi utilizado o Moçambique – Serra abaixo.
Feita com o objetivo da auto expressão, o nome oração foi dado por eu ter encontrado na música uma ambiência reflexiva, íntima e espiritual, o que pra mim caracteriza este momento da oração. Pelos mesmos motivos optei por não por letra, pois pra mim, cada um faz a sua oração, independente do nome que se da a esse momento, da fé e da religião.
A música contém uma parte improvisada que dividi-se em dois momentos na repetição da música. O primeiro é um solo de sax, que transforma-se em contracanto, uma vez que volta a melodia, sendo este contracanto o segundo momento improvisado. ferramentas estas característica da música popular.
Unidade de ensino: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)
Curso: Letras
Subcategoria: Composição
É uma composição que escancara a trajetória da mulher em seu lugar de autonomia, como protagonista de suas escolhas e sua história.
Unidade de ensino: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP)
Cursos: Música
Subcategoria: Arranjo
Nas últimas décadas, a viola brasileira, se insere em diferentes gêneros para além de seu lugar comum. Neste arranjo de Brejeiro do compositor Ernesto Nazareth, propõe-se o diálogo deste instrumento com o choro, e o acompanhamento ao violão.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes (ECA)
Curso: Música
Subcategoria: Composição
A canção surge a partir de uma reflexão sobre a inconstância da vida. Parte de tensões ocasionadas pelas mudanças e suas (in)certezas, que provocam medos este estado de aflição que paira entre a cautela e a pressa.
Nesse sentido, a música é construída em melodias inquietas, indo e vindo correndo, volúvel, pelas notas da escala em busca de algo que lhe satisfaça. E todo esse diálogo, ocorre, quase que ironicamente, sob a solidez do tempo, que pode ser sentido principalmente com o piano forte, que está para a música como as badaladas de um sino cruel, lembrando que o tempo é irrefreável e a todo momento enterra coisas no passado, e que por isso é preciso ter pressa. Até que chega a última parte, o pensar, quando finalmente encontra-se algum tipo de estabilidade e o tempo já não empurra, mais vozes são escutadas, há uma separação entre as duas vozes principais (violão e voz humana), o pensamento fica mais claro a ponto de se conseguir atingir um outro modo.
Em acréscimo, a letra é pensada de forma ambígua, ao refletir a juventude e e velhice. É a máquina do tempo que conecta duas épocas de um mesmo eu-lírico. Nesse sentido a letra é o medo de um futuro, para o jovem, e é também o lamento de um passado, para o velho. Por isso as repetições e o dueto entre violão e voz.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes (ECA)
Curso: Música
Subcategoria: Instrumental
Recriamos esta obra de Moacir Santos transportando a linguagem de big band para quarteto instrumental (duas guitarras, baixo e bateria). Mantendo as polirritmias originais, enfatizamos elementos específicos da composição, propondo uma nova leitura.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes (ECA)
Curso: Artes Cênicas
Subcategoria: Interpretação vocal
Interpretação vocal que une as potências emotivas que as músicas Ponta de areia e San Vicente de Milton Nascimento tem em comum na visão da intérprete. Essa interpretação tem, como maior objetivo, homenagear o trabalho desse grande artista brasileiro e exaltar sua enorme sensibilidade ao compor.