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Centro de Preservação Cultural da USP celebra os 100 anos da presença de Dona Yayá no Bixiga

Centro de Preservação Cultural da USP celebra os 100 anos da presença de Dona Yayá no Bixiga

Centro de Preservação Cultural - 28/08/2020

Investigação sobre o que acontecia no Brasil e no mundo na época em que Dona Yayá foi privada da interação e do convívio social foi realizada pela equipe do Educativo do Centro de Preservação Cultural da USP.

Há 100 anos Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá, veio morar na casa da Rua Major Diogo n. 353, por recomendação médica. Desde agosto de 1920 até sua morte, em 1961, ela viveu isolada nesse lugar que foi transformado em um sanatório particular.

Para lembrar a chegada de Yayá ao Bixiga, como é conhecida essa região do bairro da Bela Vista, na área central de São Paulo, a equipe do Educativo do Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP realizou extensa pesquisa para investigar o que estava acontecendo no Brasil e no mundo na mesma época em que Dona Yayá se via privada de qualquer interação e convívio social.

Fatos como a I Guerra Mundial, a epidemia de gripe espanhola, o eclipse solar de 1919 e as eleições presidenciais no Brasil estão sendo destacados e divulgados pelo CPC nas redes sociais ao longo deste semestre. A pesquisa completa ficará disponível em breve no site do CPC.

Quem foi Dona Yayá

Sebastiana de Mello Freire, ou Dona Yayá, nascida em 21 de janeiro de 1887, pertenceu a uma aristocrática família paulista marcada por acontecimentos trágicos. Tendo perdido muito cedo as irmãs, depois o pai e a mãe, aos 14 anos, e o único irmão, aos 18 anos, ela vivia sob os cuidados de um tutor, em companhia da madrinha e de outras pessoas próximas da família em uma casa na Rua 7 de Abril, em São Paulo. Recebeu educação refinada, própria das moças de sua condição social.

Em 1918, Dona Yayá começou a apresentar recorrentes sinais de desequilíbrio emocional, alternando estados de agitação brusca e violenta depressão, certa de que morreria em muito breve. Em janeiro de 1919 ela foi  internada em uma instituição psiquiátrica, recebendo o diagnóstico de paranoia aguda.

Diante desse laudo, atestou-se a incapacidade de Dona Yayá para tomar decisões para si e para seus negócios e foi determinada sua interdição judicial.

Considerando sua excelente condição financeira, os médicos liberaram Dona Yayá da internação para que continuasse o tratamento em casa, onde desfrutaria de mais conforto e segurança. Foi então transferida para uma casa no Bixiga, que precisou ser adaptada para atender aos padrões hospitalares. Dona Yayá permaneceu nessa casa acompanhada dos amigos que viviam com ela e de enfermeiros em regime de isolamento até seus últimas dias. A esperança de recuperação nunca aconteceu, seu estado foi piorando ao longo dos anos.

A Casa de Dona Yayá hoje abriga a sede do CPC e recebe o público para atividades de cultura e extensão. É reconhecida como patrimônio cultural de São Paulo por sua particularidade enquanto lugar de memória e parte da história do Bixiga.

 

 

 

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