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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Manifestações clínicas e orofaciais de pacientes vivendo com HIV na era pós-HAART

Manifestações clínicas e orofaciais de pacientes vivendo com HIV na era pós-HAART
  • MariaFernandaBarholoSilvaVersaoCorrigida

Fonte

Biblioteca Digital USP: Teses e Dissertações

Autoria

Maria Fernanda Bartholo Silva

Resumo

Com a introdução da terapia antirretroviral altamente ativa na década de 90, assistimos ao aumento da longevidade das pessoas vivendo com HIV/AIDS que passaram a apresentar uma incidência cada vez menor de doenças oportunistas, e aumento de outros agravos à saúde relacionados ao uso prolongado da terapia e à própria longevidade. Este estudo observacional transversal buscou determinar a prevalência de comorbidades que podem afetar o manejo clínico odontológico desta população, bem como conhecer as alterações orofaciais mais prevalentes nos pacientes HIV positivos atendidos no Centro de Atendimento a Pacientes Especiais da FOUSP. Adicionalmente, comparamos os dados obtidos nesse estudo, com estudo semelhante desenvolvido no mesmo centro, há uma década, e também avaliamos o impacto da condição bucal na qualidade de vida destes indivíduos. Foram incluídos 101 pacientes HIV positivos, examinados sempre pela mesma pesquisadora. Todos estavam sob HAART. Foram aplicados questionários aos participantes a respeito da história médica e odontológica pregressa e atual, aplicação do OHIP-14 e avaliação de exames hematológicos. Em todos os participantes foi realizado exame orofacial em cadeira odontológica, índice CPOD e ICP, e em 95 deles também a quantificação do fluxo salivar estimulado. Do total, 42,5% apresentaram ao menos uma manifestação orofacial, sendo a lipoatrofia facial de maior incidência (32,7%), seguida pela xerostomia (29,7%), aumento de glândulas salivares (11,9%) e aumento de linfonodos cervicais (4,9%). Ao menos uma comorbidade, excluindo-se alergia para a contagem, acometeu 88,1% (89/101) dos participantes e as mais prevalentes foram lipodistrofia (49,5%) e desordens psiquiátricas (37,6%). As alterações do hemograma foram observadas em 7,3% dos participantes para leucócitos, 4,9% neutrófilos e 10,9% em hemoglobina, sendo os valores críticos raramente evidenciados. Foi verificado impacto negativo moderado quanto à autopercepção de qualidade de vida relacionada à condição oral. A comparação com os dados obtidos há uma década revelaram aumento na incidência de lipodistrofia e distúrbios psiquiátricos como depressão e ansiedade. A incidência de manifestações bucais manteve-se semelhante, à exceção de xerostomia, que apresentou aumento, e a pigmentação da mucosa bucal, que apresentou diminuição nestes dez anos. Além disso, a média obtida entre os valores de CD4 foi significativamente maior no presente estudo, assim como a média etária dos pacientes (p<0,05). Concluímos que, de modo geral, as alterações sistêmicas encontradas não limitaram o atendimento odontológico ambulatorial, e que embora raras, as alterações hematológicas encontradas demonstram a importância da solicitação do hemograma previamente ao tratamento. O dentista deve estar atento às manifestações orofaciais, principalmente as oportunistas, que podem denunciar falta de adesão ou falha da TARV. Foi evidenciado um impacto negativo moderado quanto à qualidade de vida relacionada à condição bucal, que deve ser investigado em estudos futuros. Decorrida uma década, nota-se maior longevidade dos pacientes, associada à qualidade de vida, que pode ser demonstrada através da maior média de linfócitos T CD4 encontrada.

 

MariaFernandaBarholoSilvaVersaoCorrigida

 

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