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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Profilaxia pós-exposição sexual para HIV: uma análise retrospectiva sobre a adesão e o seguimento das pessoas assistidas

Profilaxia pós-exposição sexual para HIV: uma análise retrospectiva sobre a adesão e o seguimento das pessoas assistidas
  • 2019
  • paulina_horta_liza_

Fonte

Repositório Institucional da UFMG

Autoria

Paulina Horta Liza

Resumo

Introdução: A Profilaxia Pós-Exposição sexual (PEP sexual) ao HIV decorrente de relaçõessexuais consentidas é parte de um plano preventivo de ações combinadas contra o HIV/aids. Éindicada para situações de falha, rompimento ou não uso do preservativo. No ProgramaBrasileiro esta ação compreende o uso de antirretrovirais (ARV) por 28 dias, iniciados até 72horas da exposição e o follow-up (seguimento) da pessoa assistida, realizado em três etapas.Apesar de consagrada em diversos países, estudos sinalizam para a necessidade deinvestimento em pesquisas que busquem elucidar fatores que intervêm na adesão à profilaxia.No Brasil, o uso da PEP sexual é ainda recente, sendo escassas as publicações nacionais nestaárea. Objetivo: Analisar a adesão à profilaxia e ao cumprimento das etapas de seguimento daspessoas assistidas no Programa Brasileiro de Profilaxia Pós-Exposição sexual ao HIV,decorrente de relação consentida. Método: Estudo observacional, de coorte retrospectivo,realizado de fevereiro de 2011 a dezembro de 2017 com as PEP dispensadas em um serviçode referência, responsável pelo o maior número de atendimentos no município de BeloHorizonte, Minas Gerais Brasil. Dados secundários, coletados por meio de um instrumentocomposto por 68 variáveis, armazenados no Programa EPI-DATA 3.1 e analisados pelosoftware estatístico SPSS 21.0. Amostra caracterizada pelo cálculo de freqüência, medidas detendência central e variabilidade. Para avaliar os fatores associados à adesão à profilaxia e aoseguimento foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson, teste de Mann-whitney e o modelode regressão logística binária, com estimativa do valor de Odds Ratio e intervalo de confiançade 95%. Todas as análises consideraram nível de significância de 5%. Resultados: Daamostra de 1996 pessoas a maioria eram homens, idade média de 30 anos, raça/cor parda,escolaridade de nível superior e residentes em Belo Horizonte. Foram predominantes asexposições por rompimento ou falhas no uso do preservativo (53,8%), decorrentes de relaçõesanais (56,3%), ocorridas com parceria de sorologia desconhecida, mas pertencentes àpopulação de alta prevalência ao HIV (57,4%). Mais da metade (68,1%) recebeu o esquemaARV composto pelos medicamentos Tenofovir, Lamivudina, Atazanavir e Ritonavir. Tiveramefeitos colaterais 84,9%. Aderiram aos 28 dias de medicação 33,6%. Na adesão parcial, oprincipal motivo da interrupção foi o efeito colateral (56,1%). Quanto ao seguimento 50,4%retornaram para pelo menos uma das etapas – exames basais (32,0%); 1º exame de HIV(36,6%) e 2º exame (15,1%). Concluíram as etapas do seguimento 6,8%. Foram fatoresassociados à maior chance de adesão à PEP: ter mais idade, residir em Belo Horizonte eregião metropolitana, ser bissexual, ter se exposto com parceria sabidamente soropositiva paraHIV e não ter utilizado esquema ARV com Tenofovir, Zidovudina e Lamivudina. Os fatoresassociados à maior chance de conclusão do seguimento foram ter mais idade, ter se expostocom parceria sabidamente soropositiva e o não uso do mesmo esquema ARV explicitadoacima. Houve duas soroconversões ao HIV, uma devido à interrupção precoce da profilaxia eoutra pela continuidade de exposições de risco. Conclusão: Observou-se baixos índices deadesão à PEP e ao seguimento sinalizando que a efetividade deste Programa depende de umaconjunção de estratégias, tendo por base os fatores preditores de adesão e medidas públicasque respondam aos perfis e especificidades da população. A ampliação do acesso ao serviço, aincorporação do uso de tecnologias de comunicação; a disponibilização de material educativo,a ampliação dos locais de atendimento, a escolha de esquemas ARVde melhor tolerabilidade,ações mais direcionadas para as mulheres e para a população com menor idade, além doacompanhamento e da orientação das pessoas assistidas são alguns caminhos a seremseguidos. O aprofundamento investigativo em outros serviços e regiões do Brasil representaum somatório para a visibilidade da experiência brasileira, tanto para a PEP sexual quantopara as demais estratégias de prevenção combinada ao HIV.

 

paulina_horta_liza_

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