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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Uso de substâncias psicoativas associado a composição corporal e a não adesão à terapia antirretroviral entre pacientes com HIV/AIDS

Uso de substâncias psicoativas associado a composição corporal e a não adesão à terapia antirretroviral entre pacientes com HIV/AIDS
  • 2018
  • LÚCIA HELENA GONZALES REAL

Fonte

Universidade Católica de Pelotas Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

Autoria

LÚCIA HELENA GONZALES REAL

Resumo

Dados da Joint United Nations Program on HIV/AIDS (UNAIDS) publicados em 2017, relataram que 36,7 milhões de pessoas estavam infectadas pelo vírus HIVno mundo, no ano de 2016, embora o número de indivíduos recentemente infectados tenha caído cerca de 11% desde 2010. No Brasil, por ser um país de dimensões continentais, há variações entre as diferentes regiões. O estado do Rio Grande do Sul apresenta uma das maiores taxas de detecção de AIDS do país (31,8 casos por 100 mil habitantes), com Porto Alegre apresentando uma taxa de 65,9 casos/100 mil hab. em 2016, valor superior ao dobro da taxa do Rio Grande do Sul e 3,6 vezes maior que a taxa do Brasil. Atrasmissão do HIV, mesmo sendo um evento biológico, depende de fatores que se interrelacionam, facilitando a trasmissão do virus: prevalência local da infecção pelo HIV, fatores comportamentais individuais, fatores biológicos e condições sociais. Desde 1996, todas as pessoas que vivem com HIV, no nosso país, têm o direito de acesso ao tratamento com antirretrovirais (ARV) gratuitamente, mas esforços devem ser promovidos para que a adesão ao tratamento seja alcançada. Para isso, barreiras devem ser ultrapassadas, tais como, diagnóstico precoce, acesso aos serviços especializados, indicação de antirretrovirais, e manter supressao viral sustentada.Além disso, fatores sociodemográficos têm um papel relevante na epidemia causada pelo HIV. Outro importante preditor de não adesão à Terapia Antirretroviral (TARV) é o uso de substâncias psicoativas, resultando em interrupções no tratamento e descontrole da carga viral. Além disso, para compreender melhor a possível associação com o uso de substâncias psicoativas e a adesão ao tratamento do HIV/AIDS, as barreiras trazidas por esses indivíduos, relatadas como as responsáveis pela sua não adesão ao tratamento oferecido, devem ser exploradas. Outro processo considerado importante entre os indivíduos com HIV/AIDS em uso de ARV é a progressiva redução da massa muscular ou sarcopenia. O uso de tabaco, baixos niveis 4 de atividade fisica e desnutrição estão também associadas a alteração da composição corporal.Assim, o objetivo desta tese foi avaliar se o uso de substâncias psicoativas está associado à composição corporal e à não adesão à terapia antirretroviral entre pacientes com HIV/AIDS. Trata-se de um estudo transversal com pessoas que vivem com HIV/AIDS, vinculadas a um serviço de atendimento especializado, e com prescrição para o uso de TARV. O primeiro artigo buscou avaliar a associação do uso do tabaco em desfechos clínicos e na composição corporal desses pacientes. Os resultados revelaram uma alta prevalência de uso do tabaco e que os fumantes foram mais suscetíveis a baixo peso, menor índice de massa corporal e menor índice de massa muscular esquelética. Sugerindo que o uso de tabaco pode estar associado à piora da composição corporal. O segundo artigo teve como objetivo avaliar a associação dos transtornos por substâncias psicoativas e a não adesão à TARV, e as barreiras à elas associados. Os resultados demonstraram que não houve associação entre o uso de substâncias psicoativas pelos pacientes dessa amostra e à não adesão à TARV, após ajuste para as variáveis sociodemográficas. As barreiras para adesão à TARV entre os pacientes que faziam uso de substâncias psicoativas foram: dificuldade de ingerir muitos comprimidos; estar muito atarefado; necessidade de compartilhar a TARV com familiares e/ou amigos; medo/preocupação que outras pessoas saibam da doença; não se sentir doente; achar que o tratamento não funciona e preferir tratamentos alternativos. Sendo assim, os achados do presente estudo mostram que medidas devem ser implementadas no cuidado com esses pacientes, que fazem uso de substâncias psicoativas, destacando a importância de intervenções focadas em suas necessidades individuais.

LÚCIA HELENA GONZALES REAL

 

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