
“A qualidade técnica e a diversidade estilística foram as marcas do Programa Nascente na área de Música Popular no ano de 2018. De todos os trabalhos inscritos (aproximadamente 30 divididos em categorias variadas: composição, interpretação, arranjo, performance vocal etc.) os jurados tiveram muita dificuldade para escolher os finalistas que se apresentariam ao vivo no dia da premiação. Foi difícil comparar, julgar e escolher entre propostas tão diferentes. Talvez esta dificuldade de julgar esteja ligada a um desejo secreto dos membros do júri de premiar todos os trabalhos submetidos. Percebemos que na preparação destes trabalhos, os autores, cada um de uma forma singular, compartilham os mesmos tipos de recurso (não necessariamente nesta ordem): levantamento de materiais, ideias e procedimentos, experimentação, formalização, elaboração, revisão, gravação, ensaios etc. Tudo tem a ver com as motivações que surgem nas relações com o contexto (pessoal, social, cultural, político, de gênero etc.). O aluno/artista é afetado pelos componentes do ambiente e a partir destes afetos elabora uma proposta que tem a ver com suas vivências e interpretações destas relações. Ele quer produzir afetos no público. E estes afetos são produzidos de formas singulares.
O júri ficou muito bem impressionado com a qualidade técnica da maioria dos trabalhos: muito bem escritos, arranjados e tocados. Mas também se impressionou com a diversidade, a singularidade e a originalidade de algumas propostas que tinham algo a “dizer” de forma singela e autêntica (sem tanto virtuosismo). Vale a pena destacar também um aspecto muito importante: foram muitos os trabalhos elaborados e apresentados de forma coletiva e colaborativa. Importante ressaltar que a qualidade técnica da sonorização e iluminação e o espaço adequado do teatro, além da produção cuidadosa, favoreceram e valorizaram as apresentações.
Que a USP continue de forma consistente, incentivando a criatividade e a produção artística, tanto de alunos como de funcionários e professores. Isto é fundamental neste momento em que artistas, pesquisadores e intelectuais são continuamente questionados e pressionados pelos poderes constituídos, com relação à relevância social de suas atividades “não pragmáticas”. Muitas vezes somos até taxados de vagabundos, já que, supostamente, não produzimos nada. Nesse caso, viva a vagabundagem criativa e questionadora!”
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes – ECA
Cursos: Música / Bacharel em Clarinete
Título: Eira
Subcategoria: composição
Descrição: Eira é uma peça essencialmente instrumental com intervenção vocal, originalmente escrita para sanfona, clarinete, percussão e voz. Se estriba esteticamente no conceito de música popular brasileira. Basicamente duas sessões contrastantes onde a parte A apresenta um tema com motivos claros reforçando uma característica do baião. Entretanto, B trata-se de um contraponto “costurando” a linha vocal, estabelecendo uma quebra textural e harmônica (por ser mais estendida) em relação à parte A. Essa textura é muito utilizada por exemplo por Hermeto Paschoal e Arismar do Espírito Santo. A parte B simboliza a eira, levando o ouvinte para um outro espaço sonoro específico e demarcado.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes – ECA / Instituto de Arquitetura e Urbanismo – IAU
Cursos: Bacharelado em Regência / Arquitetura e Urbanismo
Título: Zarabatana
Subcategoria: composição
Descrição: Essa musica mistura vários estilos e culturas como o rock, o jazz, ritmos brasileiros, musica indiana e uma forma complexa que remete talvez à tradição classica europeia. Cada elemento desses serve um propósito musical específico; não foram incorporados apenas pela vontade de misturar tudo! Mas acaba que passamos por várias sonoridades sem perder o sentido único da peça.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes – ECA
Curso: Música
Título: Cada crime uma sentença
Subcategoria: composição
Descrição: Composição de música popular com estilo intimista.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes – ECA
Curso: Audiovisual
Título: Eu falo porque eu posso
Subcategoria: composição
Descrição: Uma canção composta por estudante da Universidade de São Paulo com arranjo e interpretações de amigos, também da universidade.
Unidade de ensino: Escola de Comunicações e Artes – ECA
Curso: Música – Bacharel em Clarinete
Título: Regional mistura
Subcategoria: interpretação instrumental
Descrição: Grupo formado em 2016 sob orientação de grandes nomes do meio da música brasileira como Nailor “Proveta” Azevedo e Gian Correia. O grupo tem como objetivo o resgate da música popular brasileira instrumental de raiz e também busca a ascensão da música popular brasileira instrumental atual com foco no choro, baião, maxixe, entre outros.
Unidade de ensino: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH
Curso: Mestrado em História Econômica
Título: Dance cadaverous
Subcategoria: intérprete vocal
Descrição: Interpretação vocal instrumental do tema Dance Cadaverous de Wayne Shorter. Com uma formação tradicional de jazz trio, a artista contrabaixista e cantora faz uma releitura espontânea e original de um importante clássico do jazz.