“O Concurso Nascente consolida sua tradição de ponto de partida para jovens universitários da USP, abrindo-lhes novos horizontes acadêmicos e artísticos, ao reconhecer e apoiar sua produção intelectual e cultural. Nesta 25ª edição, a Comissão Julgadora da área de design teve o prazer de constatar a ampliação significativa do número de trabalhos inscritos. Observou, também, a notável representatividade do leque de trabalhos inscritos em relação às múltiplas áreas de especialização do design e a persistência do compromisso, já identificado em edições anteriores, com o alcance social e cultural dos projetos apresentados.
No processo de avaliação, procurou-se valorizar propostas de alto nível que estivessem em correspondência com a identidade específica da área do conhecimento do design, em que se incluem aspectos tais como: domínio do processo de projeto, visão sistêmica, centralidade do usuário, abrangência da pesquisa de dados e referências de projeto, coerência das soluções apresentadas, adequação linguística e estética das mesmas à natureza epistemológica do design, teor de inovação e, ainda, organização gráfica das propostas.
Buscando respeitar e preservar a especificidade mesma do campo do design, a Comissão Julgadora apenas lamenta, por último, haver sido levada a desconsiderar vários trabalhos, de grande mérito, muito certamente, em outras áreas de conhecimento e expressão, cujas inscrições não se mostraram, porém, devidamente alinhadas à natureza própria da atividade do design”.
VENCEDORES
Unidade de ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Curso: Design
Título: Coala – Transferência de pacientes conscientes
Subcategoria: Design de produto
MENÇÕES HONROSAS
Unidade de ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Curso: Design
Título: Revista Fluxo
Subcategoria: Projeto editorial
A revista surgiu do desejo de se conhecer as diferentes culturas que, por muitas vezes, passam despercebidas/seguem apagadas e que desempenharam e seguem desempenhando importante papel na constituição da cidade de São Paulo como a conhecemos hoje, em todos os âmbitos.
Durante a produção da revista, pôde-se experenciar a cidade de uma maneira bastante particular, captando suas nuances vindas dessas diversas e ricas culturas. Durante o processo de pesquisa, foi possível ter contato com personalidades diversas e singulares, que contribuíram imensamente para o desenvolvimento e crescimento do projeto.
Além disso, foi possível experimentar o trabalho de curadoria e a produção de uma revista em sua totalidade, indo além apenas do seu projeto gráfico, passando também pela produção do conteúdo – desde a realização dos registros fotográficos, até a edição textual e criação das colagens.
VENCEDORES
Unidade de ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Curso: Design
Título: Revista Nó
Subcategoria: Projeto editorial
MENÇÕES HONROSAS
Unidade de ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Curso: Design
Título: CARBO – Carrinho de botijão
Subcategoria: Design de produto
CARBO foi desenvolvido para melhorar o processo de transporte de botijões de gás nas residências brasileiras. Com fabricação em aço carbono e fibra de vidro, sua estrutura atende aos movimentos mais comuns realizados pelos entregadores, levando em consideração o trajeto da retirada do estoque até a instalação na casa do cliente.
Estudando o mercado de distribuição de botijões percebemos que o transporte se dava de diversas maneiras, sempre aproveitando soluções projetadas para outros tipos de negócios e objetos, como os galões de água. Levamos em consideração que o nosso usuário – aquele para quem projetamos o produto – correspondia aos profissionais que trabalham nas distribuidoras, pois possuem muito contato com o objeto, se submetendo a diversas posições desconfortáveis mesmo em situações mais “curtas”, como quando o cliente opta por retirar o produto (botijão) diretamente nos postos autorizados.
O trabalho é muito desgastante e exige muita resistência física do entregador, que trabalha cerca de 40 horas por semana manuseando produtos que podem chegar a 45 kg unitários. Na jornada mais completa – que compreende o carregamento de um automóvel com diversos cilindros até a instalação na casa dos clientes – há ainda mais possíveis fatores limitantes: escadas, condições climáticas adversas (muito sol, vento ou chuva), cachorros, entre outros obstáculos. Sendo assim, nosso projeto busca proporcionar uma melhor distribuição do peso dos produtos com mais segurança, por meio de um equipamento de propulsão humana que contém plataformas de elevação, cintas de sustentação e rodas estáveis, para auxiliar a subida por escadas.
MENÇÕES HONROSAS
Unidade de ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Curso: Design
Título: Projeto para Museu de Anatomia Humana na USP
Subcategoria: Design de exposição
O projeto de renovação do Museu de Anatomia Humana Professor Alfonso Bovero é resultado de uma disciplina de graduação do curso de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Projeto Visual VII – Ambiente/ Edifício concluída em 2014, na qual o grupo deveria propor um novo projeto de sinalização a um espaço de livre escolha. Nesse contexto, o contato da equipe do design com os profissionais envolvidos no MAH iniciou-se através de pesquisas, visitas de campo e entrevistas; e principalmente através da analista de Comunicação do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) Malu Motta, que articulou o processo do começo ao fim.
Ao final da disciplina, o grupo apresentou, não só o projeto de sinalização como também o de revitalização de todo o espaço, ao curador do Museu, Prof. Dr. Edson Liberti, que abraçou a ideia (nascia aí o novo MAH). A partir de então foram meses e meses de trabalho da equipe e do Professor, que trazia novas demandas, desejos e ambições para o Museu, sendo essencial para que o projeto se tornasse cada vez mais completo.
O trabalho foi ganhando forma através da nova proposta de mobiliário da sala do acervo, que descreve a circulação da sala (determinada pela linearidade imposta pelo conteúdo de anatomia). Às estantes foram acrescentados os paneis expositores, as tablets com um aplicativo projetado especificamente para gerir os dados expostos no Museu, a identidade visual e uma nova proposta de sinalização do Museu, fluxograma de jornada da tipologia de usuários e seu respectivo mapeamento de serviço; e o conceito de ocupação e mobiliário da sala didática: uma proposta inovadora de extensão voltada à escolas de ensino fundamental e médio, permitindo que estas possam adaptar seus programas de ensino e dinâmicas pedagógicas no próprio Museu.
Ao longo de três anos, o grupo contou com a total colaboração de profissionais interdisciplinares do ICB, prédio no qual o Museu pertence, para apoio e realização. O projeto foi implementado e o MAH foi inaugurado em maio de 2017.