Diseñado y puesto en marcha antes de la pandemia del covid-19, el curso en línea que finalizó el 2 de julio adquirió una importancia aún mayor tras la suspensión de las clases presenciales
Em 2018, ao assumir a gestão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, as professoras Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, pró-reitora, e Margarida Maria Krohling Kunsch, pró-reitora adjunta, propuseram um desafio à sua equipe e aos membros das comissões de cultura e extensão das unidades: investir fortemente na educação à distância (EaD), e assim levar a Universidade aos que não têm oportunidade de ir até ela. Naquele momento, já era nítido que havia um crescente intheresse da sociedade por essa modalidade nos cursos de extensão e a oferta ainda era relativamente tímida na USP. Só não se imaginava o cenário que viria em 2020 e como ele afetaria ainda mais profunda e fortemente essa demanda pelos cursos online.
Um grupo de trabalho debruçou-se sobre o tema e, ao iniciar conversas com os docentes da Universidade para entender o porquê de a oferta não ser maior, percebeu-se que existia vontade e disposição. O problema não era preconceito ou desinteresse, mas sim a falta de familiaridade com as particularidades desse terreno, que exigem novas competências técnicas e também abordagens e estratégias pedagógicas e metodológicas bastantes específicas.
Identificado o obstáculo que se impunha, era hora de então oferecer a solução. A professora Ana Estela Haddad, da Faculdade de Odontologia (FO), que já vinha tendo experiências bem sucedidas em cursos à distância, foi convidada a coordenar a iniciativa de um curso, na modalidade EaD, voltado para os próprios docentes da Universidade, tendo como tema: Aprendizagem em ambientes virtuais: experiências, estado da arte e potencialidades na USP.
Formando uma equipe diversa, outros docentes pioneiros desta prática, mas com experiência em outras áreas do conhecimento, foram chamados para integrar a equipe pedagógica do curso com Ana Estela: Adriana Backx Noronha Viana, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA); Edson Fregni, da Escola Politécnica (Poli); Ewout Ter Haar, do Instituto de Física (IF); José Dutra de Oliveira Neto, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) e Paulo Capel Narvai, da Faculdade de Saúde Pública (FSP).
Após meses de planejamento e montagem do curso, em novembro de 2019 a PRCEU começou a divulgá-lo internamente na Universidade e no início de dezembro publicou em seu site a página para as inscrições, que ficaram abertas até o mês de fevereiro de 2020, com o cronograma programado para acontecer de março até junho deste ano.
A coincidência impressiona, já que março foi também justamente o mês em que a pandemia começou a impactar o Brasil e quando as escolas e universidades fecharam suas instalações físicas. Pegas de surpresa, especialmente quanto à duração e extensão da crise, as instituições se viram obrigadas a implantar ferramentas de educação à distância de forma rápida e extremamente ampla, desde a educação infantil até os cursos de graduação e pós-graduação.
Mesmo naquele momento, pré-pandemia, o sucesso foi grande e a procura, bem maior do que o esperado. A turma, que inicialmente tinha 80 vagas, encerra agora sua participação, com um encontro online que aconteceu na quinta-feira, 2 de julho, onde foram feitas também as apresentações de trabalhos finais. “O curso está concluindo com bastante sucesso a sua primeira edição. O objetivo desta iniciativa da PRCEU, planejada já desde o ano passado, antes da pandemia, é dar suporte aos docentes da USP na ampliação do uso das tecnologias digitais e qualificar o processo de ensino-aprendizagem apoiado por ambientes virtuais nos cursos de cultura e extensão universitária oferecidos pela USP”, comenta Ana Estela.
A pró-reitora Maria Aparecida comemora o momento oportuno da ação e seu resultado concreto: “Plantamos uma semente importante na USP. Agora, os professores capacitados já estão utilizando e continuarão utilizando essas competências no futuro. É importante destacar que a USP não paralisou suas atividades didáticas na pandemia, pelo contrário, intensificou e intensificará seus esforços para que o EaD seja cada vez mais aprimorado com a qualidade que caracteriza a USP”. E acrescenta: “O EaD, mesmo neste período em que está sendo fundamental para garantir a continuidade das atividades de ensino, é visto com ressalvas por professores e estudantes que pensam que se trata apenas de aulas gravadas e disponibilizadas remotamente. Mas é muito mais que isto, pois exige dos interatividade e atualizações constantes dos conteúdos, além do uso das diferentes ferramentas digitais para tornar este material atrativo. Para representar o que realmente ocorre nesta modalidade de ensino, a sigla EaD poderia ser acrescida de um “I”, de interatividade, passando a EaDI.”
Para a professora Marinella Holzhausen Caldeira, da FO, uma das cursistas desta primeira turma, os resultados obtidos vão auxiliar nesse novo cenário: «Os aprendizados do curso têm me auxiliado sobremaneira para uma transição mais serena do presencial para a modalidade à distância durante a pandemia. Discutimos importantes conceitos como fundamentos e teorias de ensino-aprendizagem no contexto da EaD, técnicas de planejamento pedagógico e estruturação de um plano de ensino, estratégias didáticas, ferramentas e tecnologias educacionais e de avaliação”.
Já a professora Simone Vizioli, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), surpreendeu-se com o caráter amplo do programa: “Não foi um curso estritamente técnico, ou de tecnologia, como imaginava, mas também de metodologias, o que me ajudou a perder alguns medos e inseguranças. Com isso, consegui me soltar mais para produzir e gravar as aulas.”