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Artefatos arqueológicos inéditos são revelados em exposição permanente da USP na cidade de Santos

Artefatos arqueológicos inéditos são revelados em exposição permanente da USP na cidade de Santos

Comunicação - PRCEU - 02/02/2023

Atualização | 28/2/2023
A data de inauguração da exposição foi alterada para 4 de abril de 2023.


Mostra inédita trata dos processos de formação do território da Baixada Santista, com informações sobre povos indígenas, sambaquieiros e mapas históricos

Por Elcio Silva
2/2/2023 12h20

O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, órgão de cultura e extensão da USP, inaugura em Santos no dia 15 de março de 2023, às 10 horas, a exposição “Ruínas Quinhentistas em Território Milenar”. A visitação é gratuita e aberta a todos os interessados.

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Objetos dos indígenas tupinambás. Foto – Divulgação Engenho dos Erasmos.

No local foram encontrados artefatos arqueológicos que serão expostos pela primeira vez, além de objetos etnográficos representantes de indígenas tupinambá. 

Para o professor Yuri Tavares Rocha, diretor da instituição, “a exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar constitui a ampliação da ação educativa e formadora do Engenho como órgão de cultura e extensão universitária”. 

Segundo o docente, nunca tantos dados foram disponibilizados ao público. “Desde sua fundação, há quase 500 anos, e de sua doação à USP, há quase 70, nunca houve o acesso direto e simultâneo a tantas importantes informações sobre as terras de povos originários onde foi erguido, sobre sua história secular de mudanças de proprietários e invasões, até chegar à história mais recente, quando o Engenho se tornou um sítio arqueológico sob a custódia da USP”, destaca Rocha.

Os visitantes também poderão visualizar um diorama – apresentação artística tridimensional realista, de cenas da vida real – representando povos sambaquieiros que habitaram o litoral milênios atrás, uma rica mapoteca com mapas históricos contextualizados e ilustrados sobre diáspora Africana, ocupação do território (hoje Brasil) pelos povos originários, caminhos indígenas (como o Peabiru que ligava o Atlântico ao Pacífico), formação de quilombos, história do Lagamar Santista entre outros, além de obra exclusiva da artista indígena contemporânea Moara Tupinambá, que agora faz parte do acervo da USP. Estão previstas visitas monitoradas e encontros de formação de professores.

O Engenho dos Erasmos

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Representação do Engenho em maquete na exposição. Foto – Divulgação Engenho dos Erasmos.

Órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, o Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos é a mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro. Constitui complexo arquitetônico único, tombado nas esferas nacional, estadual e municipal. 

Além disso, é considerado representante icônico da conexão étnico-cultural ameríndia / europeia / africana, testemunho material do início da ocupação europeia no território americano e do contato do colonizador com indígenas e africanos escravizados, em princípios do século XVI.

Ruínas Quinhentistas em Território Milenar

Em 2018 o Engenho dos Erasmos deu início a série “Garapa Filosófica”, que reuniu palestras sobre temas ligados à colonização e ao território. A partir desta experiência e considerando o momento político que o Brasil vivenciava, com o avanço de grupos autoritários e da discriminação, Beatriz Pacheco Jordão, então diretora do órgão (gestão 2018 – 2022), e professora do Instituto de Biociências (IB) da USP, submeteu ao PROAC, em 2019, o projeto para a exposição com o objetivo de contar a história com mais representatividade para os povos e culturas que formaram aquele território e não sob a ótica do colonizador. A proposta foi premiada na categoria Modernização de Museus, Arquivos e Acervos e desenvolvida ao longo de três anos.

De acordo com a coordenadora do projeto, que também divide a curadoria com o educador André Müller de Mello, do Engenho dos Erasmos, “a exposição, além de propor o fortalecimento de narrativas baseadas na formação do território, contrapondo silenciamentos estruturais das resistências tupiniquim e tupinambá ao processo colonizador, também evidencia assinaturas arqueológicas de povos sambaquieiros anteriores à chegada do europeu”.

“A escolha representa uma guinada na forma de apresentar o Engenho ao público, deixando para trás a narrativa mais eurocentrada e trazendo à luz a importância da representatividade de diferentes sujeitos na formação do país. Essa nova visão mais completa e diversa é algo sem volta”, destaca Beatriz Jordão.

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Parte da exposição com dados históricos. Foto – Divulgação Engenho dos Erasmos.

Tendo como fio condutor uma carta escrita em 1548 ao proprietário do Engenho, com detalhes da administração, a exposição busca mostrar as diferentes facetas da ocupação do território, a partir deste principal documento disponível da época. 

Trechos contextualizados com imagens, textos e citações de fontes primárias do século XVI evidenciam a constituição dos fundamentos do poder político e social dos senhores de engenho, alicerçado no monopólio da terra, na escravidão e na cristalização de uma sociedade patriarcal.   

Ruínas Quinhentistas em Território Milenar foi produzida com recursos do Programa de Ação Cultural São Paulo (Edital PROAC No. 13/ 2019) da Secretaria de Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. A exposição conta com a parceria do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.  

Serviço

Exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar
Inauguração | 15 de março de 2023 – 10 horas
Onde | Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos
Rua Alan Cíber Pinto, 96, Vl. São Jorge – Santos – SP
Quanto | Entrada gratuita
Classificação | Livre para todos os públicos
Visitação | de terça a sábado, das 9 às 16 horas.
Grupos com mais de 15 pessoas precisam agendar previamente a visita, através do ruinasenhenho@usp.br ou pelo telefone (13) 3229-2703.

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