Acontece entre 2 e 6 de outubro, de quarta a domingo, na Sala Multiúso do Centro Universitário Maria Antonia, a segunda edição dos Ensaios Coreográficos, programa que recebeu o Prêmio Denilto Gomes de iniciativa de difusão em dança em 2018. Em cada um dos 5 encontros, um mediador e dois convidados, representando as mais variadas tendências em dança, discutem a arte e seus processos de criação.
Com curadoria e idealização de Helena Bastos, vice-diretora do Teatro da USP (TUSP) e professora do Departamento de Artes Cênicas (CAC) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, a primeira edição do projeto recebeu no final de 2018 o Prêmio Denilto Gomes na categoria Difusão em Dança pela Cooperativa Paulista de Dança. Nessa perspectiva de reconhecimento da classe artística de dança e crítica, o projeto pretende firmar-se no calendário cultural de São Paulo, apontando tendências do pensamento artístico que trabalham níveis distintos da pesquisa em dramaturgia do corpo, encenação, dança e coreografia.
Em cada um dos cinco encontros destes Ensaios Coreográficos, um mediador e dois artistas – reunidos por proximidade temática – apresentam ensaios abertos, fragmentos ou breves partilhas do pensamento, abrindo um espaço para revelar os diferentes modos de trabalho e como se dá a mediação entre os artistas, a linguagem e o público, a fim de revelar algumas das especificidades das figuras convidadas.
Corpos como manifestos
Mais do que nunca, o corpo é hoje político. A experiência artística gera modos singulares de se perceber/reinventar o corpo e os Ensaios Coreográficos propõem um espaço de encontro para tentar compreender as ações que organizam e criam, a partir da dança, as visibilidades dessas experiências artísticas distintas. Um espaço de encontro para os artistas convidados compartilharem o que os leva a agir/conhecer dança e investigar como se dão as conexões com os corpos. Um espaço para provocar conversas e captar, nos gestos e falas, os encadeamentos de um discurso do corpo que se organiza em dança.
Nesta edição, a intenção foi então privilegiar o pensamento de Corpos como manifestos. “Manifesto” no sentido de que cada corpo se expõe como um contexto específico de subjetividades. Nas diferentes existências, cada uma compreendida em sua vulnerabilidade – negros, indígenas, pobres, gays, lésbicas, trans –, entramos em contato com provocações que lidam com fenômenos identitários na produção coreográfica contemporânea. São urgências que lidam com questões de empoderamento, diversidade, acessibilidade, gênero, raça etc.
Agenda
02 out., 20h | Luciana Bortoletto e João Andreazzi, com mediação de Célia Gouvêa
03 out., 20h | Kleber Lourenço e Laboratório de Pesquisa e Estudos em Tanz Theatralidades (LAPETT), com mediação de Marcus Moreno
04 out., 20h | Zélia Monteiro e José Maria Carvalho, com mediação de Vanessa Macedo
05 out., 20h | Marcos Abranches e Miriam Druwe, com mediação de Ana Teixeira
06 out., 18h | Cléia Plácido e Élle de Bernardini, com mediação de Wellington Duarte