Neste domingo de pré-carnaval, dia 4 de fevereiro, o Bloco Dona Yayá faz seu tradicional desfile pelo Bixiga, com encerramento na Casa de Dona Yayá, sede do Centro de Preservação Cultural da USP (CPC).
O Bloco Dona Yayá foi criado há 24 anos pela União de Mulheres de São Paulo, organização não governamental sediada no bairro da Bela Vista que atua há mais de 30 anos em defesa dos direitos das mulheres. Inicialmente a proposta era reivindicar o uso público da Casa de Dona Yayá. O imóvel, destinado em doação à Universidade de São Paulo, passava desde os anos 1990 por um longo processo de recuperação e restauro —depois do qual passou a sediar o Centro de Preservação Cultural da USP, com diversas atividades gratuitas de cultura e extensão universitária.
O bloco continuou desfilando nos anos seguintes com o refrão “Mulheres cadê Yayá? Yayá foi passear!” e tendo a Casa de Dona Yayá como destino final do cortejo. O desfile só não aconteceu durante a pandemia da covid-19, entre 2020 e 2022.
A cada ano o bloco destaca um tema para servir de inspiração para o desfile e para as marchinhas, todas compostas pelos seus integrantes. O mote este ano é o direito ao Aborto Legal, que é permitido no Brasil em casos de estupro da mulher, risco de vida para a mãe e anencefalia. Recentemente esse procedimento foi suspenso sem justificativa em um dos hospitais de referência da cidade de São Paulo, deixando várias mulheres sem o atendimento adequado.
No ano passado, o bloco destacou os movimentos coletivos que vêm lutando pela preservação da memória negra do Bixiga e homenageou Madrinha Eunice, sambista e ativista do movimento negro, nascida em 1909 e falecida nos anos 1980.
Outro tema sempre presente é a saúde mental, que faz parte da história de vida de Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá, que viveu na casa que leva seu nome por mais de 40 anos na condição de paciente após o diagnóstico de desequilíbrio mental.
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Convite
Quem quiser participar da brincadeira neste domingo (4/02) pode comparecer à sede da União, na rua Coração da Europa, 1395, às 9 horas para concentração.
Ou esperar pelo bloco na Casa de Dona Yayá, a partir das 11 horas.
O cortejo vai seguir pelas ruas Conselheiro Carrão, Treze de Maio, Manoel Dutra, Rui Barbosa, Manoel Dutra, Prof. Laerte Ramos de Carvalho e Rua Major Diogo, 353.
Ouça o convite da cantora Elaine Guimarães, puxadora do Bloco Dona Yayá
Boneca Dona Yayá que desfila no bloco da União de Mulheres de São Paulo. (Foto: Kássio Massa, 2022)
“Bonecão” da Dona Yayá. (Foto: Kássio Massa, 2022)