“Taxidermia em 2 movimentos, uma peça encomendada pela Osusp. Escrevi a música para orquestra de câmara e narrador. Então houve um duplo trabalho de compor a música e escrever o texto. Inevitável uma menção aos modernistas, do Solidão de Oswald de Andrade até Tropicália de Caetano Veloso. Fábio Cury, diretor da Osusp, sugeriu a participação da Orquestra Errante, grupo dedicado à música improvisada, dirigido por Rogério Costa. Com as dificuldades, limitações impostas pela pandemia, acabamos trabalhando online, e eu sugeri alguns temas para a orquestra. Pedi que fizessem improvisos tocando seus instrumentos, falando e cantando, e também solicitei um improviso a partir de canções clássicas da música popular, (utilizando os registros gravados, com as vozes dos cantores originais). Acho importante contrastar a afetividade dessas vozes com o que vemos ocorrer hoje no Brasil, essa ausência de qualquer vestígio de civilidade. Quando o desejo de vulgaridade se afirma como parâmetro ético de uma parcela da população, e incautos confundem barbárie com virilidade, o triunfo da ignorância escarnece das virtudes humanistas e a possibilidade do símbolo místico novamente tremular volta a assombrar nossos corações. Tristes tempos.”
Arrigo Barnabé
Arrigo Barnabé – Compositor/ narrador ⬆ início ⬇ assista
Surge na cena musical brasileira em 1979, no festival universitário da TV Cultura. Em 1980 lança o LP Clara Crocodilo, marco inicial da Vanguarda Paulistana. Em 1984 lança o LP Tubarões Voadores. Colabora com cineastas como Rogerio Sganzerla(ator) e Chico Botelho(ator e compositor de trilha sonora). Compõe Óperas (O Homem dos crocodilos, 22 antes e depois, Até que se apaguem os avisos luminoso), Missas( Missa in memoriam Arthur Bispo do Rosário, Missa in memoriam Itamar Assumpção, MISSA NÓIA) música para percussão e piano. Apresenta desde 2004 o programa Supertônica na rádio Cultura FM.
Ricardo Bologna – regência ⬆ início ⬇ assista
Timpanista solista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) e Professor do Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Dirigiu as principais orquestras brasileiras como a OSESP, Filarmônica de Minas, Sinfônica do Paraná, da Bahia entre outras. Gravou três CDs com a OSUSP em 2012 e 13. Fundou o Percorso Ensemble, grupo especializado na execução do repertório dos séculos XX e XXI, que realiza vários concertos pelo Brasil e exterior.
Orquestra Errante (coordenação Rogério Costa) ⬆ início ⬇ assista
A Orquestra Errante é um grupo experimental ligado ao Departamento de Música da ECA-USP que se dedica à pesquisa sobre processos de criação que se utilizam da improvisação e também de outras formas de criação colaborativa. A orquestra – que foi fundada em 2009 pelo professor, compositor, performer e pesquisador Rogério Costa – é composta por músicos oriundos dos mais diversos meios e com as mais variadas formações musicais. Na Orquestra – que desenvolve suas atividades da forma mais interativa, democrática e não hierarquizada possível – todos são performers-criadores e os principais pré-requisitos para a participação são o desejo, a escuta atenta e o respeito pela contribuição de cada um. A formação instrumental da orquestra inclui instrumentos convencionais e não convencionais, objetos, “efeitos”, extensões analógicas e digitais (microfones, amplificadores, pedais, computadores etc.). A Orquestra tem se apresentado em inúmeros eventos de música experimental e contemporânea e também desenvolve projetos em colaboração com outros grupos e artistas. Em 2019 o grupo realizou um concerto com a OSUSP quando apresentou a peça Insurgências. ⬆ início ⬇ assista
Os integrantes do grupo que participaram desse projeto tocando instrumentos variados são: Miguel Antar, Francisco Lauridsen, Amanda Jacometi, Artur Faraco, Esteban Viveros, João Botosso, Marina Mapurunga, Vitor Vital, Guilherme Beraldo, Rodrigo Moreira, Fábio Manzione, Giovanni Manzi, Tarita de Souza e Rogério Costa.