O Pró-Reitor Adjunto de Cultura da USP, João Marcos de Almeida Lopes, em viagem realizada no mês de novembro, visitou museus na Inglaterra e na Irlanda para conhecer a experiência desses espaços culturais com divulgação científica. Ele visitou o Science Museum, em Londres, o Museum of Science and Industry, em Machester, e a Science Gallery, em Dublin. Na ocasião, ele pode conhecer as suas instalações e conversar com profissionais e pesquisadores sobre o trabalho desenvolvido em cada local.
“O interessante nessa experiência foi observar três abordagens distintas, a partir de três vocações muito específicas e bem-definidas, da difusão da ciência,” explica João Marcos. “Em comum, todos tem a preocupação com a divulgação científica e a formação do seu público, numa perspectiva pedagógica.”
Fundado em 1857, o Science Museum, é hoje um dos museus mais visitados de Londres. Em um espaço cheio de crianças, que lembra a Estação Ciência, apresenta exposições que têm a preocupação de ensinar conceitos científicos e a sua aplicação na indústria e no nosso dia a dia. “Eles investem em uma perspectiva didática e tem soluções simples, mas muito eficientes”, conta João Marcos. O museu mantém, por exemplo, um espaço para projetos de pesquisa em divulgação científica, de uso coletivo, para pesquisadores de diversas áreas do conhecimento.
Em Manchester, João Marcos conta que encontrou uma abordagem diferente daquela que viu em Londres. “O Museum of Science and Industry (MOSI) explora a história da cidade, que teve um papel de destaque na Revolução Industrial.” O museu foi montado em antigos galpões, num total de 40 mil metros quadrados, no qual você pode encontrar, por exemplo, uma tecelagem do século 18 em pleno funcionamento e diferentes modalidades de máquina a vapor.
A Science Gallery, em Dublin, funciona em um espaço bem menor: 400 metros quadrados. Ligado ao Trinity College Dublin, a galeria convida artistas plásticos para suas exposições temporárias sobre ciências. “Não é uma abordagem imediata. As exposições da Science Gallery estimulam o público à reflexão, de forma criativa e inovadora”, explica o pró-reitor adjunto.
Para João Marcos, a viagem trouxe a oportunidade para repensar a vocação dos museus brasileiros de divulgação científica, especialmente àqueles ligados à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária – o Parque CienTec, a Estação Ciência e o Museus de Ciências. Nesse sentido, o Pró-Reitor Adjunto de Cultura e a Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária, Maria Arminda do Nascimento Arruda, já estão discutindo realização de um seminário internacional, com a participação dos museus visitados e outros convidados, para discutir propostas de divulgação científica nos museus brasileiros. “Há um grande potencial nos laboratórios de pesquisa da USP que podemos trazer para os nossos museus”, acredita João Marcos.
Congresso de Arquitetura
Durante a mesma viagem, o professor João Marcos, que também é livre docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo, participou da Conferência Internacional Industries of Architecture (IOA) – Relations, Process, Production, na Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Seu artigo, Architecture as Ensemble: A Matter of Methodology, foi aceito para publicação nos anais do congresso. Neste trabalho, ele discute a relação entre a arquitetura e a construção em seus aspectos técnicos, sociais e históricos.
por Verônica Cristo