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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Avaliação tecnológica do teste molecular (NAT) para HIV, HCV e HBV na triagem de sangue no Brasil.

Avaliação tecnológica do teste molecular (NAT) para HIV, HCV e HBV na triagem de sangue no Brasil.
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Fonte

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP

Autoria

Rafael Leme Cardoso Souza

Resumo

Após anos de debates, o teste de detecção de ácidos nucleicos (NAT) para HIV e HCV na triagem de sangue foi implementado de forma obrigatória no Brasil em 2013, e HBV, em 2016. Um dos motivos citados sobre o atraso em sua implementação foi o custo elevado que seria adicionado à sorologia e, até o momento, uma ampla avaliação econômica em saúde (AES) a respeito de sua eficiência no país não está disponível. Diversos artigos já demonstraram que a razão incremental de custo-utilidade (ICUR) do NAT em relação à sorologia varia de 0,21 a 8,84 milhões de dólares americanos (US$) para cada QALY ganho. Esta grande variação dá-se, principalmente, por diferenças entre a idade média dos receptores de sangue (RS), incidência/prevalência dos vírus entre os doadores de sangue (DS), custo dos testes e tratamentos médicos, cobertura da vacina contra o HBV e sensibilidade do teste utilizado. Assim, faz-se necessária uma avaliação abrangente desta tecnologia e sua efetividade para o cenário brasileiro. Objetivos: Realizar uma revisão sistemática (RevS) de estudos econômicos completos sobre o uso do NAT para HIV, HCV e/ou HBV no mundo; realizar a AES sobre o NAT sob a perspectiva pública brasileira; caracterizar as doações de sangue em janela imunológica no país. Métodos: Metodologia Cochrane de RevS das bases de dados Medline, Embase, LILACS, CRD, BVS ECO, Google Scholar e IDEAS; questionário aplicado aos bancos de sangue e modelo econômico on-line da International Society of Blood Transfusion (ISBT) para cálculo da ICUR do “NAT em mini-pool de seis amostras individuais” (MP6) versus “testes sorológicos” (SR) no Brasil. Resultados: Quatorze estudos de dezesseis diferentes países foram avaliados. O NAT apresentou a maior relevância nos países de baixa renda, onde há as maiores prevalências e incidências virais, menores taxas de doadores de repetição (DR) e RS mais jovens. A maioria dos estudos concluiu que o NAT, independente do vírus analisado, não é custo-efetivo. As principais diferenças entre as características dos estudos foram relacionadas aos custos médicos e idade dos RS. O maior desvio dos padrões de uma RevS foram: não incluir o racional para definição dos desfechos e o modelo utilizado e não ter claro o conflito de interesse dos autores; para esta AES, o MP6 versus SR apresentou um ICUR de US$ 231.630,00/QALY, ou seja, 26,2 vezes o PIB per capita nacional) e um ICER de US$ 330.790,00/Ano de vida ganho (AVG). A análise de sensibilidade univariada do modelo demonstrou que somente a taxa de desconto, idade do RS, custo do NAT e epidemiologia dos vírus alteraram de forma significativa o ICUR obtido, variando desde US$ 76.957,00/QALY a US$ 933.311,00/QALY; a maioria dos casos de janela imunológica no Brasil são jovens, média de 29 anos, do sexo masculino, com pelo menos o ensino médio completo e mesmo com a obrigatoriedade do Anti-HBc no Brasil, o NAT-HBV é o que apresentou o maior rendimento. Conclusões: Os jovens, principalmente, ainda buscam os bancos de sangue como locais de testagem após comportamento de risco e é de extrema importância a revisão do custo real e completo do teste NAT no Brasil para ampla abordagem da tecnologia nacional incorporada e, se necessário, revisar a forma e modelo de reembolso da mesma e permitir a defesa do bem-estar da população e do bem público.

 

Avaliação tecnológica do teste molecular (NAT) para HIV, HCV e HBV na triagem de sangue no Brasil_compressed (1)

 

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