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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Efeitos de intervenção no campo de prevenção do HIV/ aids com adolescentes em privação de liberdade : uma análise na perspectiva da interseccionalidade

Efeitos de intervenção no campo de prevenção do HIV/ aids com adolescentes em privação de liberdade : uma análise na perspectiva da interseccionalidade
  • 2020
  • 2019_LaraPercílioSantos

Fonte

Repositório Institucional da UNB

Autoria

Lara Percílio Santos

Resumo

A educação em saúde com as adolescentes em privação de liberdade demanda reconhecimento da interação entre as dimensões de gênero, raça e classe, passível de resultar em distintos quadros de vulnerabilidade para os sujeitos. O Brasil é um país pior para as adolescentes pobres de raça/etnia não branca, cujos corpos, atravessados por práticas sexistas e racistas, sofrem violações de direitos com mais frequência, além de serem preferencialmente selecionadas pelo sistema socioeducativo em comparação às adolescentes brancas. A abordagem à saúde sexual e reprodutiva nesse recorte populacional é, pois, fundamental, de modo que o objetivo desta pesquisa consistiu em avaliar os efeitos de uma intervenção em grupo, no campo de prevenção do HIV/aids, para adolescentes do gênero feminino em cumprimento de medida socioeducativa de internação. A intervenção foi embasada no referencial da metodologia participativa, envolveu recursos e práticas diversificadas – como vídeos e dramatização, além da abordagem às questões de gênero. Contou com duração total de nove horas, divididas em três sessões semanais de três horas cada, e almejou fornecer informações, modificar crenças e atitudes acerca do HIV/aids, bem como promover habilidades comportamentais/sociais de negociação do uso do preservativo às adolescentes. Participaram 13 adolescentes do gênero feminino que, distribuídas em grupo experimental (GE) e grupo controle (GC), responderam ao instrumento de avaliação sobre conhecimento, crenças e atitudes sobre o sexo seguro, nos momentos pré intervenção e pós-intervenção. O delineamento da pesquisa foi quase experimental e a avaliação se deu por análise de dados quantitativa e qualitativa. O GE foi composto por sete adolescentes, com média de idade de 17,5 anos, enquanto o GC foi composto por seis adolescentes, todas com 17 anos. Os principais resultados indicaram impacto positivo no GE para a variável conhecimento, com significância estatística tanto para conhecimento acerca da transmissão do HIV (p=0,014), quanto para conhecimento acerca da técnica de uso do preservativo (p=0,02); mas não houve efeito nas crenças e atitudes sobre o sexo seguro (p=0,29) que, possivelmente, demandam mais tempo de intervenção para que mudanças sejam observadas. A percepção de práticas de risco para infecção pelo HIV prevaleceu nos dois grupos, conforme a descrição das situações de risco vivenciadas em conjunto com os relatos de uso inconsistente do preservativo nas relações sexuais. As principais práticas de risco descritas pelas adolescentes consistiram na manutenção de relações sexuais sem preservativo e com pessoas desconhecidas, de relações em estado de embriaguez ou sob efeito de outras drogas, que podem ocasionar em descuido para com métodos preventivos. A intervenção se mostrou como espaço de escuta da adolescente em sua singularidade, com efeitos positivos para a variável conhecimento e com contribuições ao processo ampliado de prevenção e promoção da saúde de um público imerso em relações de vulnerabilização.

2019_LaraPercílioSantos

 

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