Fonte
Repositório UFSM
Autor
Danieli Klidzio
Resumo
Este trabalho visa trazer à tona discussões de gênero e sexualidade a partir de reflexões sobre
a bissexualidade e a pansexualidade femininas, considerando suas especificidades enquanto
orientações sexuais também reivindicadas como identidades. Objetiva-se tensionar alguns
estereótipos que pairam sobre essas identidades, contextualizando e analisando criticamente
como vêm sendo vistas, tanto no meio acadêmico como no cotidiano das relações sociais. O
universo de pesquisa é composto por mulheres jovens familiarizadas com o contexto
universitário, residentes na cidade de Santa Maria – RS, acessadas a partir da interlocução
em entrevistas individuais semiestruturadas e também na realização de um grupo focal.
Referir-se às identidades femininas é uma decisão metodológica considerando a existência
de fetichização sobre as mulheres bissexuais e pansexuais, e que há maneiras específicas de
os indivíduos vivenciarem sua sexualidade, de acordo com marcadores sociais como
identidade de gênero, raça e classe social. Observa-se que a concepção histórica da
sexualidade limita-se ao binarismo heterossexualidade e homossexualidade, fazendo com
que outra orientação sexual não seja vista como digna ou sequer como existente de fato. A
bissexualidade e a pansexualidade são orientações semelhantes entre si, inclusive no que diz
respeito ao apagamento que sofrem, tanto da sociedade em geral, quanto da própria
comunidade LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros,
queers, intersexuais, assexuais, pansexuais e outras possíveis identificações). Uma maneira
de ultrapassarmos essa realidade é com a educação pública e de qualidade como ferramenta
para promover o respeito à diversidade.
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