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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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A Aids no contexto de relações heterossexuais: decisões e práticas preventivas entre casais grávidos vivendo com HIV

A Aids no contexto de relações heterossexuais: decisões e práticas preventivas entre casais grávidos vivendo com HIV
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Fonte:

ARCA: repositório Institucional da Fiocruz

Autoria:

Lívia dos Santos Fraga

Resumo:

A presente tese analisa elementos estruturais e individuais que conformam as práticas de prevenção do HIV/Aids de casais heterossexuais grávidos de camadas populares que convivem com a infecção. Tal foco justifica-se pelos avanços na prevenção da transmissão vertical do HIV (PTV) e na ampliação da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), decorrentes do acesso ao tratamento e das conquistas no campo dos direitos humanos. O estudo teve por base entrevistas individuais sobre a trajetória de vida de seis gestantes soropositivas, usuárias de um serviço de referência em Aids no Rio de Janeiro, e de seus respectivos parceiros (portadores ou não do HIV); o que permitiu incorporar o ponto de vista dos homens sobre decisões e práticas preventivas e reprodutivas, tema pouco abordado na literatura. Segundo os achados, em função do receio do estigma da Aids, os casais criam estratégias para ocultação do diagnóstico do HIV. Quanto à prevenção ao HIV, foi observado que os profissionais do serviço e as díades tendem a priorizar a prevenção da transmissão vertical, por meio da adesão ao tratamento, visando à saúde do bebê. No entanto, a prevenção do HIV entre os casais soronegativos e soroconcordantes, associada ao uso do preservativo, é pontual e descontinuada. As práticas preventivas dos casais coadunam-se com as normas tradicionais de gênero e com o histórico de exclusão social dos sujeitos do estudo. O serviço de saúde demonstrou ser fundamental no acesso ao tratamento e aos cuidados relacionados ao HIV, na ressignificação da fatalidade da infecção pelo HIV e nas perspectivas de convivência com o vírus. Todavia, as ações são restritas ao âmbito individual (gestante e o bebê). Concluise que a infecção pelo HIV e a convivência conjugal sob a égide da soropositividade estão mergulhadas em uma rede de fatores externos e internos à dinâmica dos casais, que envolve o contexto socioeconômico; os valores em torno da conjugalidade, da maternidade e da paternidade; e a rede de sociabilidade e apoio, incluindo os serviços de saúde. Desse modo, compreende-se que a abordagem individualizada e medicalizadora da equipe multiprofissional do serviço analisado, associada à ausência do Estado na garantia de direitos básicos, são insuficientes para reduzir a vulnerabilidade ao HIV/Aids e prevenir a transmissão heterossexual do vírus no contexto de relacionamentos estáveis.

 

ve_Livia_dos_Santos_ENSP_2019

 

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