• A+
  • A-
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Fechar

Análise espacial dos casos de violência infanto-juvenil em regiões de faixa de fronteira do Brasil

Análise espacial dos casos de violência infanto-juvenil em regiões de faixa de fronteira do Brasil
  • Aline_Suelen_Miura_2020

Fonte:

BDTD Biblioteca Digital de testes e dissertações-Sistema de bibliotecas da UNIOESTE

Autoria:

ALINE SUELEN MIURA

Resumo:

A pesquisa teve como objetivo analisar a distribuição espacial das violências em crianças e adolescentes de zero a 18 anos nos 588 municípios da Faixa de Fronteira Brasileira (FFB). Estudo ecológico, descritivo, transversal, com dados secundários do período de 2009 a 2017, utilizando-se de técnicas de análise espacial. Os dados foram obtidos a partir do e-SIC. As informações populacionais, socioeconômicas e demográficas foram disponibilizadas pelo IBGE e Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Foi analisado a FFB e seus três arcos (norte, central e sul). O total das notificações foram analisadas temporalmente por meio dos programas Minitab 18 e Stata 15 e analisadas espacialmente através dos programas QGIS 3.4.8 e GeoDa 1.14.0, utilizou-se o Índice de Moran global para a análise de autocorrelação espacial, as análises LISA e Getis-Ord para identificação de agrupamentos, e análise de regressão multivariada OLS, SLM e SEM para identificar os indicadores socioeconômicos e demográficos associados as taxas de notificação de violência municipais. Como resultado, houve 43509 notificações de violência, onde 10037 pertenceram ao arco norte, 8710 ao central, e 24762 ao sul, sendo a física e sexual as mais notificadas. Para tendência temporal, a maior ascendência para física na FFB e arcos central e sul, e no norte a sexual. As maiores taxas de médias anuais por 100 mil crianças e adolescentes na FFB foram para violência física (46,7), seguida da psicológica (29,2), sexual (20,1), e considerando a tipologia e maior média anual, ficou no arco sul com a física (49,3), o norte com a sexual (38,6), novamente o sul com a psicológica (35,3). Na análise exploratória espacial na FFB, 147 municípios apresentaram taxas de violências >865,1; o arco norte 17 municípios apresentando taxas >601,8; central 25 apresentaram escore >575,6; e sul 104 desses apresentaram taxas >909,7 por 100 mil crianças e adolescentes. As análises revelaram uma autocorrelação espacial positiva da taxa de notificação de violência na FFB (I= 0,117753, p= 0,003), e três arcos: norte (I= 0,109556, p=0,047000), central (I= 0,337191, p= 0,00200) e sul (I= 0,0649426, p= 0,028000), indicando a presença de dependência espacial entre os municípios em relação a essa variável dependente. Para a análise LISA, em relação a FFB encontrou-se 12 municípios na formação de 7 agrupamentos Alto-Alto, e 46 em 10 agrupamentos Baixo-Baixo. Na análise Getis-Ord, verificou-se 33 municípios na formação de 13 agrupamentos Alto, 56 municípios em 15 agrupamentos Baixo. Na análise multivariada para a FFB, o melhor modelo obtido foi o SLM, onde a variável PEA18M (I= -0,046, p= 0,046) demonstrou uma associação significativa negativa com a taxa de notificação de violência, PESOURB (p= 0,021) e T_SUPER25M (p=0,001) apontaram para uma associação significativa positiva. Para o norte, a análise multivariada não apresentou modelo válido na análise OLS. No central as variáveis que apresentaram associação significativa positiva foram T_SUPER25M (p< 0,001) e T_DENS (p< 0,001). No sul T_ANALF18M (p= 0,031) demonstrou uma associação significativa negativa com a taxa de notificação de violência, e PESOURB (p< 0,001) uma associação significativa positiva. Conclui-se que a distribuição dos casos de violência infanto-juvenil na FFB e arcos não ocorre aleatoriamente, havendo dependência espacial para sua disposição e sendo influenciada pelo grau de ocupação, pela educação, emprego/renda, área demográfica e moradia.

 

Aline_Suelen_Miura_2020

 

Link para download aqui

 

 

Não há Comentários :(
Atenção!!! Não escreva dúvidas ou perguntas. Utilize o canal específico Fale Conosco.